Região já representa 43% do mercado da Gasmig e seus consumidores respondem por 60% da pauta de exportação do Estado.
No próximo dia 29, o Gasoduto do Vale do Aço – rede de gás natural que liga São Brás do Suaçui a Belo Oriente, passando por 17 municípios mineiros, completa dois anos de operação. Cerca de 1,3 milhão de metros cúbicos de gás natural passam pela rede, diariamente, para abastecer as indústrias da região. “O gasoduto Vale do Aço foi o maior projeto executado pela Gasmig e a maior obra de gasoduto de distribuição do país. A chegada do gás natural ao Vale do Aço garantiu competitividade às indústrias ali instaladas e deverá atrair novos empreendimentos para os municípios localizados ao longo do traçado da rede, além de contribuir para a melhoria da qualidade do ar, beneficiando toda a população”, avalia o presidente da Gasmig, João Vilhena.
Desde que entrou em operação em setembro de 2010, as principais indústrias e estabelecimentos já aderiram ao gás natural, energético mais competitivo e o menos poluente dos combustíveis fósseis. Para se ter ideia da representatividade dessas indústrias, observa-se que a sua produção (aço, minério e celulose) responde por 60% da pauta de exportação do Estado, além de fornecer matéria prima para cadeias produtivas de segmentos de peso da economia nacional, como a indústria automotiva, de máquinas e equipamentos, de eletrodomésticos de linha branca e construção civil.
Em dois anos, o mercado do Vale do Aço supera, em termos de consumo de gás, o mercado da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com 43% da quantidade total distribuída pela Companhia contra 37% da RMBH.
O mercado do Vale do Aço tem fôlego para consumir muito mais. A Gasmig está negociando contratos adicionais com as indústrias da região para oferecer, já em 2013, mais 700 mil metros cúbicos de gás natural por dia. Projeções da Companhia indicam que a demanda pode triplicar em 10 anos.
CLIENTES
Na ponta do gasoduto está a unidade industrial da Cenibra, onde a rede foi inaugurada, há dois anos, para permitir a substituição do óleo combustível pelo gás natural na operação dos fornos de cal e caldeiras para a produção de celulose, matéria prima do papel. À época, a Cenibra investiu R$ 6 milhões na adaptação de seus equipamentos, de olho em benefícios ambientais e em ganhos logísticos. “A substituição trouxe benefícios para a região, levando em consideração a redução das emissões atmosféricas e do tráfego de caminhões na BR 381”, argumenta o Gerente de Fabricação da Cenibra, Leonardo Pimenta.
Após dois anos de desenvolvimento do mercado do Vale do Aço, a Gasmig continua captando novos clientes. Um exemplo é a Vamtec, indústria de fabricação de insumos e refratários especiais destinados às usinas siderúrgicas, fundições e indústrias de ferro ligas, localizada em Timóteo, que começou a utilizar gás natural há dois meses.
A opção pelo energético, em substituição ao gás liquefeito de petróleo (GLP), levou em consideração preço e logística. “Com o gás natural, estamos obtendo retorno significativo na redução de custo de operações, o que torna viáveis empreendimentos em que aquele é matéria prima determinante para o processo produtivo, o que é o nosso caso. Acrescentando que vemos no gás natural uma fonte segura e confiável”, opina o gerente de produção da Vamtec, Gúbio Rodrigues de Almeida.
VEICULAR
No segmento automotivo, os impactos econômicos e ambientais provenientes da utilização do energético, em substituição à gasolina e ao etanol, são ainda mais perceptíveis, razão pela qual a oferta do Gás Natural Veicular (GNV) se tornou uma demanda recorrente por parte da população local. A estratégia da Gasmig de estabelecer corredores de GNV para a rota que leva ao Espírito Santo está próxima de ser alcançada, com a conclusão das negociações com dois postos de combustíveis, em Ipatinga e João Monlevade, que permitirão iniciar o fornecimento do GNV no começo de 2013.
NOVAS FRONTEIRAS
A rede já implantada no Vale do Aço irá permitir atender a uma reivindicação histórica do município de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, que é contar com a infraestrutura de gás natural para a atração de indústrias que demandam uso intensivo de energia. Estudos de viabilidade da Gasmig deram sinal verde para a instalação de unidades de compressão e descompressão de gás natural na região, tecnologia que permite comprimir o gás em cilindros para serem transportados por carretas até o cliente final. Esta tecnologia, chamada de Gás Natural Comprimido (GNC), é viável em distâncias de até cem quilômetros da rede física, o que é o caso de Governador Valadares e Itabira, que irão receber o insumo trazido do Vale do Aço.
EXTENSÃO TOTAL
O Gasoduto do Vale do Aço tem 331 quilômetros de extensão. Um dos trechos concentra-se na região central do Estado, partindo de São Brás do Suaçuí até Ouro Branco, passando por Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Mariana e Ouro Preto. O trecho que se aproxima do Vale do Aço parte de João Monlevade passando por municípios do Médio Piracicaba, até chegar a Ipatinga e arredores.