A Companhia de Gás de Minas Gerais (GASMIG) informa que, no dia 25 de maio, a PETROBRAS encaminhou uma correspondência às distribuidoras de gás do Brasil, entre elas a GASMIG, informando que seria retirada parcela do desconto do preço do gás natural para as distribuidoras, o que representa, na prática, um aumento de 7,94%, que, por questões regulatórias, será repassado integralmente ao mercado. Tal reajuste já entra em vigor para as distribuidoras a partir da zero hora do dia 1º de junho, embora tenha sido informado com apenas seis dias de antecedência.
No mesmo comunicado, a PETROBRAS também complementou que a política de descontos, praticada desde 2011, será gradativamente eliminada, o que representará um acréscimo real de 25,42% no valor do gás natural fornecido às distribuidoras. No mercado, acredita-se que este aumento deverá ocorrer até o fim do ano, afetando todas as distribuidoras de gás do país e todos os consumidores do energético.
Desde 2011, a PETROBRAS vinha desenvolvendo uma política de preços de incentivo com o gás natural para manter a competitividade do insumo frente aos energéticos substitutos, especialmente o óleo combustível. Os descontos no preço do gás eram da ordem de 33% até o início do ano passado. A partir de março de 2014, a PETROBRAS iniciou a retirada do desconto e, com os últimos reajustes e o aumento previsto para junho, o desconto ficará reduzido a 12%.
Estes sucessivos aumentos serão impactantes para a economia do país, principalmente se considerarmos que 12% da matriz energética brasileira tem o gás natural como insumo, em um cenário de aumentos crescentes nos custos da geração elétrica.
Especificamente no mercado mineiro, os impactos serão ainda mais significativos, visto que cerca de 70% do volume de gás natural comercializado no estado é consumido pelos setores de siderurgia e mineração, que já têm sido afetados pela retração econômica vivida pelo Brasil.
Diante desse cenário, a GASMIG e as demais distribuidoras brasileiras, articuladas com a ABEGÁS, estão tomando uma série de ações junto ao Ministério de Minas e Energia, aos órgãos reguladores e até mesmo junto à PETROBRAS para discutirem este aumento inesperado do gás natural e seus impactos sobre a economia brasileira.
Em âmbito estadual, a GASMIG já procurou a FIEMG e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo de Minas para atuarem em conjunto na tentativa de reversão dessa iniciativa da Petrobras de reajustar, sucessivamente, o gás natural, afetando negativamente o mercado mineiro e, em especial, a sua indústria.